Desde que Antes da Meia-Noite saiu no cinema, eu estou me devendo. Na época não consegui ver por algum motivo que não lembro agora. E estava tão ansiosa para isso, porque adorei os outros dois: Antes do Amanhecer (que mostra a maneira inusitada que eles se conheceram) e Antes do Pôr-do-Sol (que conta o que acontece depois do primeiro filme, eu sei, isso é óbvio, mas não quero estragar a surpresa).
Enquanto os filmes anteriores relatam o desenvolvimento do relacionamento do casal, neste vemos uma relação já estabelecida e até desgastada pelos pequenos ressentimentos acumulados durante a vida que na hora da raiva vem à tona. Vemos um lado mais prático do relacionamente de lidar com as questões do dia a dia, o convívio entre eles, com os filhos, com os outros com o mesmo clima que eu tanto gostei nos outros filmes de falar as coisas abertamente. Mesmo na hora da briga, eles mantém a capacidade de abrir um com o outro.
Além disso, observamos três momentos da vida. O filho de Jesse, do primeiro casamento, na descoberta do amor, os dois vivênciando uma relação e o amigo de Jesse lidando com a perda da pessoa amada.
Agora uma cena que eu achei curiosa é quando o Jesse e os amigos estão falando dos livros que ele escreveu. É como uma crítica dentro do filme. E uma curiosidade é que o filme é dedicado a memória de Amy Lehrhaupt que inspirou o primeiro filme. O diretor passou uma noite conversando e caminhando pela Filadélfia com ela, como no filme. Apesar de terem mantido contado depois disso, acabaram por se afastar. Ele fez os dois primeiros filmes na esperança de reencontrá-la. (Já viu essa história, certo?) Mas nada aconteceu até 2010, quando um amigo dela, informou que ela havia morrido num acidente de carro pouco depois das filmagens do primeiro filme ter começado. Richard Linklater e Ethan Hawke ficaram arrasados quando souberam. Que bom que o filme tem um final melhor.