Depois de muita procrastinação, finalmente fui ver a exposição do Salvador Dalí no CCBB. Confesso que fiquei enrolando por medo de pegar fila, mas fui logo que abriu e estava vazio.
A mostra tem obras do início da carreira dele que são até normais, mas foca mais no período surrealista que o deixou famoso. Mas o seu quadro mais conhecido, A Persistência da Memória, não estava lá, até fiquei meio frustrada com isso. Tinham outros que lembravam bastante, pareciam um protótipo.
O que eu gostei bastante foi um chamado A propósito del «Discurso sobre la forma cúbica» de Juan de Herrera. Juan de Herrera foi um arquiteto e matemático do século VI. No quadro, vemos a ideia da representação por letras de coordenadas tridimensionais que Juan de Herrera generalizou baseado no trabalho de Ramon Llull. A obra também remete ao diagrama de Schlegel que, neste caso, consiste em um modelo tridimensional para o hipercubo. Inclusive tem um monumento com esta representação em Madri. Descobri que tem muita matemática e até a teoria de relatividade de Einstein nas obras de Dalí, ele era um estudioso da área. Ele também tinha influência de Freud.
Além dos quadros, vemos gravuras e fotografias dele e o filme no qual ele ajudou Hitchcock a fazer. Ele se meteu em muita coisa, como os artistas costumam fazer mesmo. Segue algumas que eu gostei mais.
Lys (Lilium musicum) | Begonia (Anacardium recordans) |
Estudo para 50 quadros abstratos que a 2 metros convertem-se em 3 Lenines disfarçados de chinês e a seis metros formam a cabeça de um tigre real |
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